Resenha

O filme relata a história de Kaspar Hauser, um garoto que seria um possível herdeiro do trono, raptado e enclausurado, forçado a viver num calabouço sem contato algum com o mundo exterior. Sem socialização, sem qualquer tipo de educação, ou informações socioculturais, nem mesmo andar ele sabia direito. Um ser totalmente diferente do que a sociedade via naquela época. Porém em contrapartida à essa falta de “habilidades”, Kaspar Hauser tinha grande capacidade de enxergar no escuro, devido muitos anos vivendo neste calabouço, o cuidado para com as aves lhe era quase que um dom.

Em determinado momento Kaspar é trazido ao “mundo” novamente. Apesar de sua adaptação um tanto quanto complicada, devido inúmeras coisas que o mesmo desconhecia, como certos objetos e até mesmo a própria fala, afinal ele vivia trancafiado, sem contato algum com pessoas, ou qualquer forma de socialização, Hauser demonstrava aprender as coisas com demasiada facilidade.
Porém ele não gostava nada desse “novo mundo” em que o haviam inserido, pois, devido todos esses “problemas” que apresentava, como falta da fala e coisas do tipo, era tratado como anormal ou selvagem, mesmo sendo uma ótima pessoa.
Foi assassinado, por ainda terem dúvidas se ele era mesmo ou não um herdeiro do trono, o que foi constatado mais tarde que não.

Para muitas pessoas, é praticamente inimaginável a ideia de conviver em uma sociedade distinta, com costumes quase que antagônicos ao que ela adquiriu em sua vida. Viver em sociedade é, antes de tudo, partilhar costumes e crenças, além de preservar características históricas de seu povo e região. Em maior abrangência e discordância, o mundo ocidental e oriental preservam entre si as discrepâncias de duas características divergentes, mas que nem por isso deixam de funcionar ou, ainda, tornam-se superiores ou inferiores uma a outra. Essa aversão ao diferente, quando ocorrida, transpõe um medo do desconhecido, aquilo que caracteriza-se escuro, duvidoso. Essa análise