resenha

Resenha
Diante de uma sociedade que se diz contra qualquer espécie de preconceito é espantoso verificar que tal ocorre na forma linguística. Sendo por meio de uma gramática normativa tradicional tida e tratada com equivoco como sendo a própria língua portuguesa que se revela a opressão de um preconceito linguístico.
O primeiro mito trata de uma suposta unidade na língua portuguesa falada no Brasil, assumindo assim que não haja variedades nesta, entretanto e exatamente o oposto que ocorre. O autor julga este como sendo o mais problemático dos mitos, pois é a partir desse pressuposto que os meios de educação suprimem as variedades, impondo somente uma norma como correta, que por muitas vezes está dita correta se faz estrangeira ao individo. “Brasileiro não sabe falar o português” e que este só se é bem falado em Portugal, refletindo a ideia de colônia ainda muito presente no imaginário do brasileiro, no entanto os verdadeiros motivos decorrem da dependência político-econômica do Brasil, ainda esclarece que são duas línguas distintas, e que se fossemos conceber uma língua como pura nem mesmo a de Portugal se enquadraria, pois os portugueses também cometem suas próprias infrações contra a gramática. “Português é muito difícil”, sendo este uma consequência do segundo “mito”. Tal “mito” não pode ser verdadeiro, pois qualquer criança de três a quatro anos de idade, já se faz um falante competente de sua língua materna, sendo somente necessária uma rotina de leituras e escrita, apenas para que a criança domine as particularidades. A língua falada só se faz difícil aos brasileiros por ainda se apoiar nas normas portuguesas. O autor afirma que esta “dificuldade” serve a manutenção das diferenças entre classes, justificando por meio desta “dificuldade” que somente uma parcela pequena da população tenha o seu domínio. “As pessoas sem instrução falam tudo errado”, demonstrando, por exemplo, que o fenômeno fonético denominado “rotacionismo” (troca de consoantes “l” e