Resenha
Em suma, o filme retrata a história de um professor, Rémy, que à beira da morte devido ao câncer, e com dificuldades em aceitar o seu passado, procura paz nos seus últimos momentos de vida. Para isso recebe a ajuda de Sebástien, seu filho ausente, de sua ex-mulher, e de velhos amigos.
Sebastian, após uma briga com um pai, reflete sua condição de futuro órfão. Ele corre contra o tempo para que Rémy tenha um final digno. Para isso, ele tem de subornar o sindicato e a direção do hospital para melhorar a sua estadia e consegue a conivência da polícia para comprar heroína para aliviar o sofrimento de seu pai, procedimento indicado por uma amigo médico. Possibilita ainda, sua irmã se comunicar com o pai; paga a visita de alunos que esnobaram Rémy em sua despedida da universidade por motivos de saúde e convoca os amigos antigos para lhe fazer companhia.
O filme questiona em doses variadas o antiamericanismo, a eutanásia, a globalização, a discriminação das drogas e principalmente a permanência dos valores, os quais estão acima de qualquer ideologia. Principalmente a amizade entre pais e filhos que o dinheiro não compra.
O filme aborda alguns temas polêmicos, dentre os quais os que me chamaram atenção foram a questão da eutanásia e das drogas para fins terapêuticos.
Com relação ao tema da eutanásia, é demonstrado um doente em estado terminal, que sofre demasiadamente. Sua família tem condições para fazê-lo sentir-se bem, pois seu filho detém elevado poder financeiro, porém seu estado de saúde vai se deteriorando. Com isso, num determinado momento, ele toma a decisão de morrer e comunica isso a família que aceita a decisão e despede-se de Rémy amorosamente, sem contestar a sua decisão. Rémy aceita morrer em um momento que ele julga adequado e feliz, almeja ter uma boa morte, sem mais sofrimentos, que provavelmente ocorreriam com a progressão da doença.
Também há a discussão acerca do uso das drogas para fins terapêuticos.