Resenha
Segundo Paulo Freire, o homem é um ser inacabado e em constante transformação. Assim sendo, está em constante processo de humanização. Sendo sua pré-disposição, esta pode ser negada. E é nessa negação que ele se afirma e afirma. Sua negação tange a opressão e pressão social sofrida pelos opressores e sua firmação tange a luta pela liberdade, justiça, ou seja, a luta dos oprimidos em prol de sua humanidade roubada. Sua desumanização não é vocação histórica e sim uma violência imposta pelos opressores, uma constante deformação e eliminação da verdadeira identidade daqueles, um destino roubado.
A violência e opressão levam os oprimidos a lutar contra quem os fez menos. Estes se criam e se recriam de maneira que não se tornem opressores e sim restauradores da humanidade em ambos (opressores e oprimidos). Essa é sua função. A ordem social injusta gera a falsa generosidade e se nutre da miséria.
A generosidade está e é a luta pela justiça, pelo amor, pela humanidade. Quem entenderia melhor a sociedade se não os oprimidos?
No entanto, estes podem ser opressores, já que estão condicionados e sendo condicionados por esta realidade opressora. Sendo assim, sua aderência ao opressor e reconhecimento de si como um homem que surgiu da situação de contradição não o faz ter consciência de si como pessoa e nem da classe oprimida. Sua identificação é com o opressor e sua superação. Fazer a revolução para fazer a revolução privada, não é libertação. O medo da liberdade pode-se levar o oprimido a continuar em sua situação de opressão ou o fazer opressor.
O elemento fundamental na mediação entre opressor e oprimido é a prescrição. Imposição de uma opção.
A liberdade é uma conquista, um movimento e um sentimento e ideologia do homem. É do lado de dentro e do lado de fora. No entanto, a situação que desumaniza também faz dos oprimidos terem medo de mais repressões.
Há uma dualidade no ser: entre o querer ser autentico e o ser opressor