Resenha

RESENHA SOBRE O FILME
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA

PEDRO PAULO LOYOLLA

O filme Ensaio Sobre a Cegueira, baseado na obra do autor José Saramago fala de uma epidemia onde toda a população de uma cidade, exceto uma mulher, perde a visão inexplicavelmente e começa a enxergar tudo como um clarão branco. O primeiro infectado acaba perdendo a visão enquanto dirige no trânsito caótico da cidade. O médico que o atende se torna mais uma vítima da doença. Logo, a epidemia vai se espalhando por todo o país, começando pelas pessoas que tiveram contato com este primeiro personagem. Tentando proteger a população de uma contaminação em massa, as autoridades resolvem isolar essas pessoas em um abrigo. A única que parece não ter sido afetada é a esposa do médico. Apesar disso, ela finge estar cega para ir junto com seu marido, com o intuito de poder cuidar da sua saúde. No filme, as pessoas doentes começam a lutar por suas necessidades mais básicas, expondo seus instintos primitivos e resultando num colapso da sociedade. O número de pessoas cegas vai aumentando e o governo começa a dar sinais de impotência. A partir disso, os confinados ficam abandonados à própria sorte e começam a lutar pela sobrevivência. Um dos confinados lidera um motim e tenta se tornar o líder para ter o controle do local. Para isso, rouba tudo daquelas pessoas, para que fiquem sem alimentos. É nesse momento que o filme mostra a necessidade de alguns seres humanos em estabelecer uma relação de poder e de delimitação de território, mesmo em situações em que os “mais fracos” não oferecem nenhuma ameaça. Alguns indivíduos por natureza tomam a iniciativa de ter o controle das pessoas, enquanto outras esperam para serem controladas, independente da forma em que será feito. É o que acontece com algumas espécies de animais denominados “irracionais”. A princípio, todos os seres humanos são classificados como iguais, porém o filme mostra que as diferenças aparecem, quando um indivíduo possui