Resenha
A palavra tem um poder extraordinário. Podemos dizer que se trata da mais conservadora força em nossa vida, tanto que assumiu, em tempos antigos, características da verdadeira magia, quando se considerava que o nome de uma coisa ou grupo de coisas era a sua alma. Assim, conhecer os nomes dessas coisas era dispor de poder sobre elas.
Refletida nos seus mais diversos matizes semânticos, a palavra repassa, de forma velada ou ostensiva, todas as minúcias que caracterizam uma formação social que, por sua vez, é o verdadeiro espelho das condições e das relações que marcam a vida de uma comunidade.
Os Tabus Lingüísticos do Passado
Se quisermos entender a existência de certos hábitos lingüísticos de que estão impregnadas as pessoas, será necessária uma ampla reflexão que envolva não somente os poderes ocultos que a espécie humana, em todas as eras, atribuiu às palavras, mas também a profunda influencia da superstição que lhes é imposta.
Os Tabus Lingüísticos do Presente
São os tabus verbais, que nos dão a impressão de que há certas palavras cujo sentido não é livremente permitido, sendo inadequado o seu uso em determinados momentos da comunicação. O medo é um dos fatores que provocam o tabu verbal. Temos, ainda, como exemplo do curioso medo das palavras, as alusões à morte. O receio faz com que as pessoas evitem a todo custo enunciá-la. Em seu lugar, preferem dizer que alguém “expirou”, “descansou”, “partiu para uma melhor”. Há uma outra tendência humana que acaba sendo responsável por uma serie de outros tabus verbais. Trata-se da preocupação de, por questão de delicadeza, evitarmos a referência direta a assuntos que nos soam de forma desagradável. Tudo isso confirma, portanto, que muito da perspectiva lingüística envolvendo a mistificação da palavra ainda persiste ate os nossos dias, podendo-se mesmo dizer que sofremos muito mais prejuízos que os antigos em conseqüência desses tabus verbais, uma vez que a sua existência hoje assume