Resenha

OS PAIS FUNDADORES DA ETNOGRAFIA: Boas e Malinowshi

Até o século XIX, a etnografia era realizada por repartição de tarefas, na qual existiam o observador (viajantes, missionários) que fazia a função de buscar as informações sobre determinado assunto ou sociedade e o pesquisador erudito, que recebia, analisava e interpretava essas informações. Porém, a partir século XX essa disciplina sofreu uma verdadeira mudança. O pesquisador antropólogo passa a observar a necessidade de sair da sua zona de conforto que é o seu gabinete e ir atrás de suas próprias pesquisas, buscando adquirir as verdadeiras informações. Desse modo, o trabalho de campo passa ser a própria pesquisa e o antropólogo aprende a viver como um membro da sociedade que estuda.
Os principais contribuidores para a elaboração da etnografia e da etnologia contemporânea foram Franz Boas e Bronislaw Malinowshi.
A participação de Boas nessa revolução foi com a pesquisa microssociológica. Ele ensina que tudo deve ser anotado nos mínimos detalhes e descrito de forma fiel e meticulosa, mas também que a sociedade adquiriu uma totalidade autônoma. Com isso Boas chegou à conclusão que o costume só tem significado se for associado ao contexto em que se insere e para isso é necessário compreender o lugar particular ocupado por esse costume, sendo agora função do próprio antropólogo fazer essas observações e não mais confiar nos investigadores.
Boas também anunciou o que é chamado de etnociência, na qual não há objeto nobre nem objeto indigno da ciência, todos fazem parte do patrimônio metafísico de um determinado grupo e devem ser levados em consideração nas pesquisas. Ele ainda foi um dos primeiros a mostrar a importância e a necessidade de ter acesso à língua da cultura em que se pesquisa, pois as tradições e as culturas não podem ser traduzidas e sim, reconhecidas na língua original do povo estudado para não sofrerem distorções. Independentemente de toda a sua contribuição para a etnografia moderna, tornou-se