Resenha

A VIOLÊNCIA COMO DEGRADADOR DO ESPAÇO URBANO

RESUMO A violência urbana é, atualmente, um dos principais indicadores da qualidade de vida das cidades e tem acompanhado o aumento da urbanização ocorrido a partir da segunda metade do século XX. Por conta disto, a morfologia urbana tem se adaptado e refletido esta realidade na sua estrutura, interferindo na qualidade de vida experimentada por seus habitantes. Vários fatores relacionados à violência influenciam a estrutura urbana e, conseqüentemente, a qualidade de vida dos cidadãos, originando enclaves propícios ao desenvolvimento da criminalidade contra a pessoa e o patrimônio.

1 – INTRODUÇÃO

A qualidade de vida que o cidadão persegue nas cidades atuais depende de inúmeros fatores que começam por um ambiente naturalmente saudável, passando pelo acesso à riqueza gerada pela sociedade, terminando na segurança em viver esse espaço. As cidades modernas têm falhado em suprir todos estes itens à quase totalidade de seus cidadãos, se apresentando como um ambiente degradado, com a riqueza concentrada nas mãos de poucos e com um alto grau de insegurança devido à explosão da violência. A violência vem crescendo em ritmo considerável em todo o país, principalmente pelo incremento na participação como responsável pelas mortes por causas externas. Em 1980 e Paper final1985, os homicídios correspondiam, respectivamente, a 19,8% e 23% das causas externas de mortalidade. Em 1990, essa taxa subiu para 31,8% e, em 1995, para 32,3% (Izumino & Neme, 2002).
A violência surge como um fator que empurra cada cidadão para a paranóia da insegurança, em que a preocupação básica é o medo diário de sofrer algum ato de agressão.
Quando analisamos a violência das cidades como uma sóciopatia, o panorama que se apresenta como Crimes Sociais é muito amplo. A realidade dos fatos nos leva muito além daquilo que o Direito define como Crime; é preciso estender esses limites para que o crime
seja