resenha
Da mesma forma que no livro de Zusak, o filme de Brian Percival abre com um narrador curioso: a Morte. Invisível, comumente construída de maneira sinistra e assustadora no cinema, tal como vimos em A Premonição (2000), o personagem Morte de A Menina que Roubava Livros surge através da voz reconfortante do carismático ator inglês Roger Allam, abalizando o clima “terno melancólico” que vai permear a narrativa. A narração acolhedora causa estranheza, mas penso que esse nem seja o maior problema dessa obra que busca trazer recortes dos fatos de uma Alemanha pré e durante segunda guerra através da jovem protagonista Liesel (Sophie Nélisse). A garota, separada de sua mãe pelas autoridades, é posta a viver com um casal alemão sem filhos, Hans (Geoffrey Rush) e Rosa (Emily Watson).
Salvo as tradicionais licenças das adaptações, sempre questionadas e discutidas pelos defensores da fidelidade em relação ao material original, uma das principais caracteristicas do texto de Zusak eram os recorrentes encontros involuntários de Liesel com a Morte. Tanto que o primeiro livro encontrado (roubado) pela menina – O Manual do Coveiro – seria um presente da supracitada Morte durante o enterro do irmão mais novo da protagonista. Mas em A Menina que Roubava