Resenha
O filme é iniciado destacando a Islândia como um país que servia como exemplo para o mundo por sua democracia estável, pelo alto padrão de vida dos habitantes e pelo baixíssimo nível de desemprego e dívida pública e que viu este quadro mudar após decisões fundamentais para que isso acontecesse iniciadas no ano 2000, como políticas de desregulamentação adotadas pelo governo e a privatização dos três maiores bancos do país que acumularam US$120 Bilhões de dólares em empréstimos, frente a um PIB anual de US$13 Bilhões de Dólares.
O fato é que os empréstimos eram tomados sem critérios e a circulação dessa grande quantia de dinheiro acabou por influenciar o mercado, criando bolhas de valorização irreal, onde se percebe a multiplicação do preço de ações e do valor dos imóveis. A partir de então, essa onda se espalhou por diversas economias, atingindo os Estados Unidos sobre o qual INSIDE JOB se concentra.
Ferguson traça uma linha histórica do setor financeiro americano, antes e depois da década de 80, onde fica patente que o governo agia a favor do povo prezando por suas economias, até começar a fazer o oposto e trabalhar a favor da indústria financeira. A permissão para a compra de pequenas instituições por grandes grupos fez com que a economia ficasse refém da prosperidade destes, fato contra-indicado há tempo pela legislação americana, pois em havendo manobras desestabilizadoras e surgimento de grandes prejuízos a estas instituições, fatalmente impactariam diretamente a macroeconomia.
Ele demonstra as relações de poder e a “contaminação” de diferentes governos dos Estados Unidos por interesses