resenha

RESENHA

Jundiaí – SP
2012
ALEXANDRE MARTINS TRISTÃO

RESENHA

Jundiaí – SP
2012
Referência:
BRANCO, Camilo Castelo. Amor de Perdição, São Paulo:Moderna,1996.

A obra de Camilo Castelo Branco, “Amor de Perdição”, viaja por lugares-comuns da estética romântica, como por exemplo, o enredo, o triângulo amoroso Simão, Teresa e Mariana.
Dentro desta viagem, busca referência na obra de Skakespeare “Romeu e Julieta” na viagem para a Índia de “Os Lusíadas” de Camões.
As mulheres de Amor de Perdição, Teresa e Mariana, nesta narrativa não são submissas e sim fortes. Teresa não aceita um casamento imposto pelo pai e deseja até mesmo a morte de seu genitor, Mariana é forte o suficiente para acompanhar o amado em seu degredo, apesar do risco de morte.
A ironia que por essência é a inversão dos lugares comuns, também é utilizada pelo narrador, uma passagem que bem representa este fato é: “O amor dos quinze anos é uma brincadeira; é a última manifestação do amor às bonecas; é a tentativa da avezinha que ensaia o vôo fora do ninho, sempre com os olhos fitos na ave-mãe, que a está de fronte próxima chamando: tanto sabe a primeira o que é amar muito, como a segunda o que é voar para longe”. Outra indicação na narrativa são as interlocuções que o narrador faz com o leitor, por exemplo, “Isto será culpa no severo tribunal das minhas leitoras; mas, se me deixam ter opinião, ......”
Um assunto prosaico como a preocupação e falta de dinheiro de Simão Botelho corroboram para também descaracterizar esse herói tipicamente romântico “Nos romances todas as crises se explicam, menos a crise ignóbil da falta de dinheiro”.
A história do triângulo amoroso se perde dentro da narrativa e desta forma Camilo Castelo Branco, supera e avança no sentido que busca em espaços vazios de interpretação novas concepções.