Resenha
Vera, Sílvia e Emília são professoras de uma escola em São Paulo e estudantes universitárias de letras, psicologia e pedagogia respectivamente. Elas foram passar as férias na cidade de Atibaia e ficaram hospedadas na casa da tia de Vera que se chama Irene que é linguista e está escrevendo um livro sobre variação linguística.
Já devidamente acomodadas, durante o almoço, as três visitantes percebem os “erros” de português de Eulália que é empregada e amiga de Irene, ao pronunciar, por exemplo, “os probrema”, “os fósfro”. A partir daí a tia de Vera começa a ensinar os fenômenos da língua e explicar a lógica de funcionamento das variedades linguisticas para combater o preconceito linguístico.
Dessa forma Irene vai explicando que não existe uma única língua, mas várias que devem ser respeitadas, pois o português não-padrão falado por Eulália tem uma jlógica que pode ser explicada cientificamente e permite o entendimento de uma mensagem.
Irene esclarece através de seus quadros explicativos as diferenças do português- padrão e não-padrão, por exemplo, que o português padrão é artificial porque requer aprendizado, memorização das regras ao passo que o não-padrão é natural porque segue as tendências naturais da língua, criando regras que são automaticamente respeitadas pelo falante.
O português não-padrão diminui regras gramaticais como o plural, a concordância e a conjugação verbal, por exemplo, ao invés de marcar todas as palavras de uma frase para indicar um número de coisas maior que um acaba marcando apenas uma palavra como em “As garça dá meia volta” (pág.51). Este processo acontece na norma padrão de outras línguas como o inglês e o francês que escreve as marcas de plurais, mas não as pronuncia. Entretanto não há nada que impeça a compreensão, portanto se torna eficaz.
No desenvolver dessa novela sociolingüística vamos conhecendo vários fenômenos lingüísticos, por exemplo, o rotacismo que é a