Resenha o sertões
"Os sertões" é incontestavelmente uma obra ímpar que Euclides da Cunha nos apresenta numa linguagem rica e variada, mostrando o que aconteceu em Canudos, não apenas como um fato histórico, mas como um estudo crítico da sociedade brasileira.
O jovem Brasil república surgia em meio a conflitantes problemas sociais. As oligarquias Estaduais detinham todo o poder. A população, essencialmente camponesa, era obrigada a trabalhar exaustivamente nos cafezais. Os Marechais presidentes davam pouco, ou nenhum, a essa população pobre, que inconformados, organizavam revoltas. Uma delas foi "Guerra de Canudos".
Canudos era uma vila no interior do sertão baiano, com cerca de 5.200 casas postas como um labirinto. Os mais de 30 mil habitantes seguiam as orientações de Antônio Maciel, O Conselheiro. Ele pregava que o messias viria e iria destruir todos os homens maus. Aqueles flagelados esquecidos viam em Antônio um feixe de esperança que agarravam com todas as suas forças.
Mas a autonomia do arraial de Canudos começou a incomodar os poderosos e a igreja. Dizia-se nos jornais que Conselheiro pregava contra a república e que canudos era um movimento a favor de volta da monarquia. O governo, primeiro baiano depois federal, quatro campanhas militares para subjugar Canudos.
Euclides da cunha foi colaborador para o "Estado de São Paulo", que logo o mandou para Canudos junto com a quarta expedição militar, para ser correspondente de guerra. Com base nas pesquisas que realizou escreveu seu mais sublime livro, em 1902. O livro é enquadrado como pré-modernista, por fazer uma análise crítica da realidade social e cultural brasileira do começo do século xx.
Nessa época o Brasil e o mundo sofriam influencias de várias concepções científicas, como o Determinismo ó historiador Taine, que dizia que para se estudar um povo era preciso conhecer o seu meio, sua origem e sua história. Baseado nessa concepção Euclides da Cunha divide seu livro, respectivamente em: O Terrão