Resenha - "O Rio de Janeiro e a República"
Resenha “O Brasil e a República”
PhD em ciências políticas pela Universidade de Stanford, José Murilo de Carvalho, nascido em 1939, no interior de Minas Gerais, é um dos mais importantes historiadores brasileiros.
Com uma sólida formação científica, destacou-se no meio acadêmico nacional e internacional, por sua grande produção científica e atuação profissional em diversas universidades.
José Murilo de Carvalho, junto com Celso Lafer, é o único brasileiro a fazer parte da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Ciências, ao mesmo tempo. É um dos mais notáveis intelectuais brasileiros de todos os tempos.
Na obra “O Rio de Janeiro e a República”, o autor faz a análise das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais que sucederam na capital, na fase inicial de consolidação do novo regime republicano, e as consequências delas advindas para a população.
Ao fazer menção as alterações quantitativas da época, José Murilo de Carvalho numera a mudança de natureza demográfica como a primeira delas. Afinal, a composição da população da capital foi alterada em número, etnia, e estrutura ocupacional.
Ademais, com a abolição da escravatura e a imigração estrangeira, constata-se o aumento do exército de reserva no mercado de trabalho, de forma a gerar o êxodo para as cidades, principalmente para a capital, em busca de uma ocupação.
Este enorme influxo, além de gerar o crescimento relativo da população, fez com que houvesse o acúmulo de pessoas em ocupação mal remunerada ou afixa. Tais viviam nas tênues fronteiras entre a legalidade e a ilegalidade, pois eram comparadas às classes potencialmente perigosas ou perigosas de fato.
Os problemas de habitação, em ambos termos quantitativos como qualitativos, também apenas apresentavam tendência a piorar. A cidade tornara-se um lugar perigoso para viver, tanto pela “absoluta falta” de moradia, como pelos velhos problemas de abastecimento de água, saneamento básico,