Resenha o Ponto e a Linha
Ao observarmos o passado é possível enxergar um universo jurídico constrangido pelo poder burguês. O direito que regula as relações cotidianas esta intimamente ligado, a quem detém o poder político. O Estado pretensioso cria o direito e também se afirma como único sujeito produtor do mesmo. Com isso se coloca também como único com condições de conferir uma regra social genérica, transformando-a em norma jurídica.
Um processo de traçado firme baseado a partir da Revolução Francesa. Findada dessa forma a história do direito, fica claro que essa história pertence a uma dimensão de civilização, e dessa forma compete ao historiador recordar a todos, seja privativistas ou publicistas, que os textos legislativos fazem parte de uma representação parcial e engenhosa por somatória, sendo necessário um estudo profundo e não apenas uma visão superficial a partir desta referencia e a todo resto situado a baixo das normas e a consequente complexidade do universo jurídico.
Ao historiador cabe captar nexos, implicações e raízes e esse importante papel, faz com que retomemos consciência de todos os extratos jurídicos. A história tem com frequência dado mostras de rejeição, se tornando a existência do historiador uma figura dedicada pela índole do seu ofício a se fazer portador da complexidade. Essa figura se faz necessário desde as faculdades de direito, devido ao poder burguês que teve a presunção de imobilizar dentro das regras constituídas e pregadas como gerais e eternas, fazendo dessa forma com que a civilização adotasse a eficaz estratégia do direito natural.
Essa é uma tendência natural à qual se devem atentar todos os juristas, para não isolar e imobilizar o fragmento da atualidade em que se condensa o resultado incisivo de tal vigência, se for sustentado pela convicção de que a regra em vigor possa ser fruto de leituras e tradução objetiva de valores escritos nas próprias coisas.