Resenha: O Paradigma do Ser, o ser é o ser não é
“Apesar de todas as diferenças entre Platão e Aristóteles, a totalidade do pensamento metafísico obedece a Parmênides e toma como ponto de partida a questão do ser do ente, o que o torna ontológico.”
Parmênides instaura o começo da filosofia como ontologia: “O ser é, o não-ser não é”. O ser é tido como o fundamento dos entes (ente é definido como Ser determinado, uma vez que não pode possuir todos os acidentes da mesma forma e ao mesmo tempo). O fundamento do mundo. O que não é ser não é. O ser não é pensado, compreendido como fundamento distante e isolado do mundo. Ao contrário, o ser como significado que o mundo, os antes, as coisas, os úteis que são vistos porque são iluminados por ele. Ser e mundo coincidem.
A filosofia grega descobriu explicitamente a compreensão do sentido e da forma dos entes desde o horizonte do ser. Os sentidos do mundo são assumidos nos limites do ser. O paradigma do ser impõe os parâmetros à compreensão. Ao mesmo tempo, as compreensões processadas definem a constituição do paradigma: o ser como fundamento.
Não se pretende com essa caracterização fazer crer que a Ontologia de Parmênides seja idêntica à de Aristóteles. Ambos partilham do mesmo paradigma. A metafísica é basicamente filosofia do ser enquanto ser: é ontológica.
A trajetória do pensar opera das coisas-sentido para o fundamento. Fundamento que os gregos denominam ser ou fysis, termo comumente traduzido por natureza. O paradigma do ser apresenta-se explicitamente, porém ainda de forma abstrata. Daí porque se configura num paradigma e, como tal, válido para diferentes pensadores, caso de Parmênides, Platão, Aristóteles, Plotino, Santo Agostinho e São Tomás.
Metodologicamente, a construção teórica levada a efeito requer medições concretas, embora ainda em nível abstrato, para dar corpo ao paradigma até aqui objeto de caracterização. Passo a passo, ele se efetiva, e a melhor forma a ser seguido é a da elaboração de modelos de pensamentos no interior do