Resenha "O Negro no Futebol Brasileiro"
O livro de Mário Filho é uma obra de referencia para contar a história do futebol e de todos que participaram da sua construção no Brasil. Apesar de ter sido publicado há muito tempo, o livro nos faz refletir sobre os tempos modernos do futebol mundial, onde ainda há espaço constante para o racismo.
Inicialmente, Mário Filho conta que o futebol no Brasil era elitista. Apenas os jovens brancos e ricos da capital do país jogavam com as bolas importadas, como seus amigos ingleses. Mas ao passar do anos, com várias ações que transformaram os personagens nesse cenário, o futebol tornou-se, pela sua simplicidade, um dos, se não o esporte mais popular a nível global.
Em qualquer superfície com qualquer tipo de objeto, seja uma latinha e dois chinelos para marcar o gol, é possível jogar futebol. Com todas as mudanças ocorridas e registradas com maestria pelo jornalista, o futebol é hoje o esporte mais democrático do mundo, apesar de ainda enfrentar obstáculos.
O homem negro é peça fundamental na história do futebol desde país. Mário Filho então relata o início do século XX, quando os times de futebol eram compostos apenas por pessoas brancas. Efetivamente excluindo jogadores negros, passando pela iniciativa do time do
Bangu, em aceitar um jogador negro e também pelo Vasco da Gama, o primeiro clube a ter um time que misturava brancos, mulatos e negros pela primeira vez.
Apesar dessa mistura até então inusitada, o preconceito persistia uma vez que os “nãobrancos” eram vistos como jogadores complementares, como uma segunda classe que estava ali apenas para sustentar os jogadores brancos e eram obrigados a cobrir os cabelos crespos, ou alisa-los e, também, a passar pó-de-arroz no rosto para “embranquecer”.
Não só no Rio de Janeiro, mas em outros estados também houve o processo de desconstrução do preconceito contra o negro dentro de campo ao longo do tempo. Isso acarretou no desaparecimento do sentido do termo