Resenha: O Inconsciente: Várias leituras
CACCIOLA, Maria Lúcia. “Schopenhauer e o inconsciente”, in AUFRANC, Ana Lia, et Al., O inconsciente: várias leituras. São Paulo: Escuta, 1991, pp. 11-25.
MARTON, Scarlet. “Nietzsche: consciência e inconsciente”, in AUFRANC, Ana Lia, et Al., O inconsciente: várias leituras. São Paulo: Escuta, 1991, pp. 27-41.
.Texto 1: Schopenhauer e o inconsciente Maria Lúcia de Mello e Oliveira Cacciola é professora doutora no Departamento de Filosofia da FFLCH da USP. Possui graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1975), graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1966), mestrado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1982) e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1990). Tem como linha de pesquisa a história da filosofia contemporânea, com ênfase no idealismo alemão, principalmente Kant e pós-kantianos Cacciola deixa bem claro logo no início do texto que apesar de Schopenhauer referir-se a seres dotados de consciência e ao estado de não-consciência, o conceito de “Inconsciente” não figura em sua obra na sua forma substantiva. Apontando que esse conceito evoca atualmente Freud e a psicanálise, deixando clara a relação de Schopenhauer como seu precursor através das menções a ele feitas em sua obra. Freud mesmo reconhecendo a antecipação de seu precursor em suas teorias e conceitos afirma que a leitura de sua obra foi muito tardia, marcando assim sua autonomia na conquista de seus conceitos e métodos. Acreditando que a psicanálise e a filosofia são campos distintos do conhecimento, bem definidos e que apesar de sua possível inter-relação não possuem um denominador comum que permita sua redução mútua, a autora se atém ao campo da história da filosofia, tomando como ponto de partida o pensamento de Schopenhauer, procurando estabelecer alguns dados que interessem à história do inconsciente. Guiando-se pelo fato de que a filosofia de Schopenhauer