Resenha "o direito na crise social"

O Direito na crise social Paralelo aos sentimentos de alegria oriundos da conclusão do curso de Direito da PUC-RS, em 1963, o paraninfo da turma, Jacy de Souza Mendonça, ressalta o mundo em crise que espera os formandos lá fora. Crise proporcionada não apenas por problemas políticos ou religiosos, mas também pela profunda e natural condição humana. Condição esta, de que o nosso interior é habitado por uma crise social, entre a miséria do que somos e a maravilha do que desejamos e podemos ser. Entre o que deveríamos fazer para melhorar a nossa sociedade e o que realmente fazemos. Ou seja, quando estamos aptos de mecanismos suficientes para fazer a diferença na nossa sociedade, será que fazemos? Ou nos deixamos corromper pela “síndrome” da maioria de apenas ser mais um? Mendonça lança dúvidas aos formandos, perguntando se mesmo depois de estarem aptos, por mais que seja apenas na teoria, o espírito de justiça se fará presente nas decisões futuras? Ou serão apenas “mais uns” na sociedade? Fica claro, assim, a sua preocupação em relação à luta constante do indivíduo contra o bem e o mal que habita a sociedade e as suas dúvidas internas. Na sua saudação, Mendonça faz uma importante distinção entre o viver e o conviver. Quem apenas vive, se relaciona com o próximo sem pensar na coletividade, no bem-estar social , visando apenas os seus anseios e desejos. Quem convive, busca nas relações sociais o bem comum , o dar e o receber de forma homogênea. Porém, menciona também que a sociedade não é apenas dotada de bem-estar social, e que quando o “viver” se sobressai, a crise social se intensifica. Esse dualismo, em fazer o mínimo pensando em nós mesmos ou fazer o máximo visando o bem comum, proporciona nas sociedades modernas um constante conflito. Conflitos que são ocasionados também pelas distintas ideologias entre nações, por diferenças religiosas, culturais e étnicas. Apesar da sociedade moderna estar mergulhada em conflitos, Mendonça ressalta a condição