Resenha- A transformação da medicina (Groddeck)
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RESENHA Nos dias de hoje, a medicina moderna tem tentado se desvincular de um “padrão” médico para se tornar uma ciência natural. A medicina instalada nesse “padrão” é constituída de uma relação em que um indivíduo que sofre endereça as suas queixas a um profissional pré-determinado a curar seus males. Porém, para se tornar ciência, a medicina passará por grandes mudanças: o sujeito é recriado a partir de suas queixas e sintomas – se tornando a doença – e a medicina deixa de ser um método de tratamento e cura das doenças, e passa a ser uma ciência que cria técnicas para a eliminação das doenças. Além disso, tem se firmado no conhecimento científico e no saber, e não na relação médico/paciente e/ou cuidado. E isso fazia com que lhes faltasse um conhecimento (know-how) que permitiria realizar intervenções, com o objetivo de tratar o paciente. Com isso, ocorre uma inversão de valores: o doente passa a servir a ciência e não mais a ciência ao doente. Essa inversão acaba por criar um conflito de expectativas. De um lado está o profissional estritamente interessado na doença que o paciente carrega, e de outro, o paciente, esperando que o profissional lhe ajude a ser curado, ou pelo menos tratado. Agora o foco não é mais a terapêutica, e sim o diagnóstico. Porém, esse diagnóstico fica restrito aos achados dos exames físicos, e todas as outras contingências que incidem sobre a vida dos pacientes é irrelevante. Então esse diagnóstico é estabelecido com base naquilo que se processa no corpo, não levando em consideração os fatores psicológicos e sociais, e que podem estar intimamente relacionado com o processo de adoecimento do indivíduo. Groddeck também pensa a respeito do diagnóstico. Porém, este pensa que o diagnóstico é baseado no conhecimento d todos os aspectos e relações existentes no adoecimento e que tivesse o maior número de variáveis possíveis, diferentemente do modelo biomédico. A esse diagnóstico mais amplo, Groddeck costumava ser chamado de