Resenha - A Revolução dos Bichos
O livro '' A Revolução dos Bichos'' do autor George Orwell , foi uma obra escrita em plena Segunda Guerra Mundial, a narrativa satiriza ferozmente a ditadura stalinista. São evidentes as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética.
A revolução dos bichos combina de maneira feliz duas ricas tradições literárias: a das fábulas morais e a da sátira política e chegou a ter sido utilizada pela propaganda anticomunista.
A enredo da obra é sobre a vida de alguns animais da fazenda do sr. Jones que em um belo dia se dão conta da vida indigna a que são submetidos: eles se matam de trabalhar para os homens, lhes dão todas as suas energias em troca de uma ração miserável, para ao final serem abatidos sem piedade. Liderados por um grupo de porcos, os bichos então expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos serão iguais.
Porém, logo começam as disputas internas, as perseguições e a exploração do bicho pelo bicho, que farão da granja um arremedo grotesco da sociedade humana.
A novela de George Orwell de fato fazia uma dura crítica ao totalitarismo soviético; mas seu sentido ultrapassa o contexto do regime stalinista.
Mais do que nunca esta pequena obra-prima da ficção inglesa parece falar aos nossos dias, quando a concentração de poder e de riquezas, a manipulação da informação e as desigualdades sociais parecem atingir níveis altíssimos.
Além disso, trazendo para um âmbito mais jurídico, A Constituição de 1988, assim como os sete mandamentos da Granja dos Bichos, consistiu num marco de ruptura com o modelo ditatorial. O compromisso que se extraía do texto constitucional era o de fundamentar um sistema em que os direitos seriam assegurados de maneira amplamente democrática.