Resenha "A outra história do mensalão"

Dois pesos, dois mensalões? Um esquema de corrupção conhecido como Mensalão e que tinha como personagens importantes Marcos Valério e Delúbio Soares. Ao lerem essa frase, muitos irão remeter ao famoso caso do Mensalão do PT, mas antes do caso vir à tona, outro Mensalão muito parecido já existia, era o Mensalão do PSDB­MG. A comparação é importante para entendermos o contexto em que os artigos que compõem o
A outra história do mensalão foram escritos.
Utilizando uma frase proferida por Jânio de Freitas, que escreveu diversos artigos no ano de 2012 para a
Folha de São Paulo contando a história do Mensalão, Paulo Moreira Leite destaca: “Dois pesos, dois mensalões.” O Mensalão do PSDB­MG, anterior ao petista, havia sido desmembrado por uma decisão do STF, o que faria com que parlamentares tivessem direito ao foro privilegiado e o restante fossem julgados em primeira e segunda instância se necessário. O autor lembra que o Mensalão do DEM também foi desmembrado e o único que não teve esse direito foi o petista.
A situação é importante para reafirmar as principais teses do autor, a de que poderosos de verdade no Brasil não foram a julgamento e a de que a justiça não estava sendo feita de forma correta com o Mensalão petista. Com a falta de provas concretas contra acusados como José
Dirceu e José Genoíno e o fato de que após o julgamento o STF decidiu ter o direito de cassar os mandatos de deputados envolvidos, quando isto é de responsabilidade da Câmara, de acordo com o artigo 55, Paulo Moreira demonstra as inconsistências e incoerências do judiciário brasileiro.
O livro se torna um registro histórico importante ao destacar o outro lado da história, mas também demonstra suas incoerências ao se mostrar governista até demais. Ao dizer que o governo Lula tomou medidas