Resenha - A Moça Tecelã
Autora: Marina Colasanti
Título: A Moça Tecelã
Livro: Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento
Editora: Global Editora, Rio de Janeiro
Ano: 2000
Marina Colasanti (1937) nasceu em Asmara, Etiópia, e morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei, mas não devia e também por Rota de Colisão.
Contamos aqui a estória de uma jovem senhorita, que regia seu mundo através de um tear. Usava linhas claras para começar o dia, dava delicados traços da cor luz, que passava entre os fios estirados e assim a claridade da manhã desenhava o horizonte. Tinha total controle de tudo o que acontecia em sua vida apenas tecendo o que lhe vinha a mente. Quando tinha fome, tecia peixe, então lhe aparecia o peixe pronto para ser comido. Tecia porque gostava e porque era só o que fazia. Passado algum tempo, sentiu-se sozinha, e pensava o quão bom seria se tivesse um marido com quem compartilharia sua vida e constituiria uma família. Começou, então, a tecer um homem segundo suas aspirações e desejos. Com minuciosos detalhes o tecia e nem tinha terminado, quando lhe apareceu o que queria. Entrou sem bater, e então formaram uma família. A princípio estava tudo indo muito bem, até que seu marido descobriu o poder de seu tear. Assim, disse a ela que precisavam de uma casa melhor, e ela consentiu. Inconformado, ordenou que tecesse um palácio e ela assim o fez. Palácio muito bem ornamentado com empregados e tudo o quanto desejava. Terminado o palácio, ele escolheu o quarto mais alto para ela, pois cuidava que ninguém soubesse da moça e de seu tear. A moça, triste e frustrada pela situação que agora se encontrava, resolveu então desfazer tudo o que fizera tudo o que tecera. Pensou como seria bom estar sozinha de novo. Esperou anoitecer, dirigiu-se ao tear e, diferentemente do que sempre fazia, não escolheu linha alguma. Segurou do