Resenha - A Montanha Dos Sete Abutres
A Montanha Dos Sete Abutres (1951) dirigido por Billy Wilder, conta a história de Charles Tatum, um jornalista que trabalhou em grandes veículos de comunicação dos Estados Unidos, mas que devido a sua personalidade, acabou demitido de todos os empregos. Vai então trabalhar em uma cidade no interior do Novo México.
Durante a cobertura de um evento para o trabalho, Tatum esbarra em uma situação que pode ser o seu bilhete de volta para os grandes jornais. Leo Minosa, dono de um posto de gasolina, fica preso nas ruínas de uma montanha. Tatum, vendo que poderia criar uma grande matéria, passa a manipular o resgate do homem, fazendo com que esse demorasse o tempo necessário para chamar a atenção de jornais famosos, que ficariam desesperados para conseguir as informações de primeira mão que Tatum tinha, e repassava somente ao pequeno jornal de Albuquerque.
Durante a “semana do resgate”, que na verdade poderia ter sido feito em poucas horas, vemos o lugar tornar um grande circo. A população literalmente acampa em frente à Montanha, e no local se instalam vários meios de entretenimento, que querem ganhar dinheiro em cima da tragédia. Tatum também consegue corromper policiais e a mulher de Leo, para que só ele consiga entrar na caverna e conversar com o acidentado.
O filme tem um final trágico com a morte de Leo, o que na verdade é fundamental para enfatizar os efeitos de um jornalismo sensacionalista.
Apesar de antigo, a realidade retratada no longa não se afasta muito daquela em que vivemos. O jornalismo comercial ainda existe em peso na sociedade, e não é difícil perceber que as notícias que vendem mais são aquelas que tratam de sofrimento e tragédias. Veículos de comunicação exploram e prolongam esses temas desnecessariamente, para que possam extrair todo o dinheiro e atenção possível.
A função básica do jornalista é levar informação ao público, de modo a fazê-lo pensar e refletir sobre o que está