Resenha A Filha do Capitão
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Introdução à Literatura Russa I
Resenha : A filha do capitão, de A. S. Púchkin
O narrador (e a ironia?) em A Filha do Capitão O romance A filha do capitão, de A. S. Púchkin trata da história de Piotr Petróvich, fidalgo russo, que completados os 16 anos é mandado por seu pai a servir no exército. Tal acontecimento leva o menino e seu ayo à fortaleza de Belogórskaia onde serve ao capitão Ivan Kusmich. Na fortaleza conhece à filha do capitão, María Ivánovna, por quem acabará por apaixonar-se. No entanto, a invasão do cossaco e herege1 Púgatchóv, traz uma reviravolta na história, no qual Piotr, fiel servidor da imperatriz2, não é condenado a morte, como seus companheiros, pois Púgatchov reconhece e recompensa um gesto generoso do garoto para com ele tempos antes. Mais tarde, quando Pugatchov é capturado, Piotr é condenado por graves suspeitas de espionagem. Será colocado em liberdade pela intercessão que María Ivánovna faz pessoalmente à Imperatriz. Narrado em primeira pessoa pelo próprio Piotr Petróvich, o romance conta com centenas de referências históricas, tanto com relação a datas como a citações de personagens históricos, como o próprio Púgatchov: responsável por uma insurreição de cossacos durante o reinado de Catarina II3. Traz também uma curiosa estrutura em que o narrador, em vez de apenas escrever suas memórias como uma confissão ou relatos pessoais, tem consciência de estar sendo lido, já que durante a leitura, invoca repetidamente ao seu leitor. Chama a atenção justamente ao fato de que chega a dar conselhos àquele que lê: Jovem! Se as minhas memórias caírem em tuas mãos, lembra-te de que as melhores transformações, e as mais duradouras são aquelas que se devem à evolução dos costumes e não a abalos violentos4 (em seu mestrado, Navário destacará tal comentário como uma complementação da epígrafe do romance: Cuida da honra na juventude5). Pouco antes