Resenha "A corporação (2003)"
O documentário “A Corporação”, de 2003, fala da história e dos princípios, éticos ou não, que guiam as grandes corporações. Quando surgiram, eram representadas pelos seus donos, que podiam ser responsabilizados e penalizados por qual quer erro ou falha. No final do século XIX, passaram a tirar vantagem da 14ª Emenda da Constituição Americana: as corporações se tornaram pessoas jurídicas com limitada responsabilidade recaindo sobre seus donos (as corporações passaram a servir como escudos para que seus donos e gestores tomassem decisões sem a preocupação de terem que prestar contas).
Uma corporação é formada por pessoas que visam, acima de tudo, o lucro para o negócio e consequentemente para seus donos. O documentário discorre sobre uma série de males que a corporação produz ao mundo atual; aos empregados, à saúde humana, aos animais, à biosfera. O lucro está sempre acima de todo o resto. Um exemplo dado é o de jornalistas da Fox News que foram demitidos por tentarem revelar a relação entre o uso de hormônios no gado leiteiro e o aparecimento de câncer naqueles que bebiam seu leite (a emissora havia fechado um contrato publicitário, e não queria que a denúncia fosse ao ar para não perder o anunciante).
Quanto ao papel da publicidade, o documentário destaca que o consumidor geralmente não percebe a exploração de pessoas e de recursos do planeta a menos que isso o afete diretamente; há uma situação de alienação criada pela mídia e pelas empresas, levando a um consumo cada vez maior de produtos triviais.
O documentário também entra na questão da democracia, mostrando que hoje a corporação é a instituição dominante, colocada no poder pelo próprio povo, ao utilizar os produtos e comodidades por ela