Resenha: A Arte de Pesquisar
O livro “A arte de pesquisar”, que tem como objetivo ensinar um olhar científico, mostra que a postura científica pode ser exercida em qualquer área de estudo. A obra também apresenta os caminhos para fazer uma boa pesquisa e que esta não se reduz a alguns procedimentos metodológicos, ela auxilia a refletir e mostra um jeito novo de ver o mundo.
Nos capítulos que se seguem, a autora, Mirian Goldenberg, apresenta as informações de forma simples, com poucas citações complicadas e com ideias claras e objetivas, o que ajuda o leitor a compreender melhor o texto.
A obra inicia descrevendo alguns termos e explicando-os com citações de outros autores. Também são citados os primeiros antropólogos a realizarem trabalhos de campo que consagraram a ideia de que o resultado da pesquisa vem do diálogo e ponto de vista do pesquisador e do pesquisado.
A autora reserva um capítulo para falar sobre a Universidade de Chicago que surgiu em 1892, tornando-se o principal centro de pesquisas e estudos dos Estados Unidos da América e que contribuiu para o desenvolvimento de métodos de pesquisas qualitativas, um exemplo desses é a utilização científica de documentos pessoais, como cartas e diários. Vários professores da Escola de Chicago tiveram sucesso em suas pesquisas, sendo um deles Clifford Shaw que teve sua obra publicada em 1930, “Jack-Roller: A delinquente boy’s own story”, uma das mais importantes pesquisas da Universidade.
Para explicar a utilização do método biográfico, a autora cita a pesquisa de Norbert Elias, “Mozart: sociologia de um gênio”, e diz que foi a partir dessa perspectiva que elaborou sua tese de mestrado sobre a vida de Leila Diniz, “Toda mulher é meio Leila Diniz”, que analisa também as possibilidades e questões colocadas para as mulheres daquela geração. Outra de suas obras citada no livro é “A outra”, publicada em 1997,