Resenha A Arte de fazer um jornal diário
É inevitável não perceber que o jornalismo, nos dias de hoje, está em crise, tanto no aspecto econômico quanto à sua qualidade. Os jornais impressos, cada vez mais perdem seus leitores para os inúmeros sites, blogs e aplicativos, que publicam a notícia em tempo real. O jornalismo imediato, que abrange rádio TV e internet, possui uma ampla concorrência nos dias atuais, e por isso apela para um jornalismo muitas vezes vazio, sem informações suficientes, na busca por uma boa audiência. O grande trunfo do jornal impresso é poder “aprofundar e dar relevância ao que realmente for consistente”. O livro “A arte de fazer um jornal diário”, de Ricardo Noblat, apresenta o dia-a-dia da profissão jornalística, regras e critérios os quais devem atender os seus profissionais. O livro funciona como um bom manual de como se tornar um jornalista relevante. Embasado na arte de escrever e na ética, Noblat aconselha ao longo do livro o que é primordial para que possa ser feito um jornalismo de qualidade e pontua ser importante ter a ética como princípio da profissão.
O autor também pontua os grandes erros e acertos dos jornais brasileiros. Logo no início do livro ele cita como exemplo o Jornal Correio Braziliense, que errou numa reportagem de capa em agosto de 2000. Na edição seguinte, o jornal se retratou com uma matéria de capa assumindo o erro da edição anterior. O autor diz também, sobre a pressa com que são feitas as reportagens, o que acaba deixando a qualidade da noticia ruim. Um texto precisa, para ser bem redigido, demanda tempo. A pressa faz com que surjam vários pequenos erros que borram as páginas dos jornais.
Por ter um currículo excelente, Ricardo Noblat, que já trabalhou como jornalista em vários jornais de grande importância para história do país e chefiou as sucursais das revistas Veja, Isto É, se sente a vontade em falar sobre a prática do jornalista em geral. No livro, Noblat diz quais seriam as maneiras corretas