Resenha A ARTE DE AMAR De Ovidio
A obra apresenta ser uma espécie de manual em que o eu poético, masculino, dirige-se a outros “eus,” possivelmente masculinos, essa ideia se justifica pela marca da pluralidade encontrada desde o início do poema.
Nos textos elegíacos amorosos, o discurso é construído e organizado plenamente sobre uma ideologia igualmente amorosa. A arte de amar é caracterizada por uma obra elegíaca erótica porque além de ser organizada em dísticos elegíacos, podemos observar em vários trechos da obra características eróticas que ressaltam.
Então, no livro I identificamos o erotismo pelo uso da descrição detalhada da parte do corpo da mulher, do olhar, da pele e do toque. A descrição das ações são minuciosas, assim, faz com que o leitor imagine toda a ‘cena’, esse fato de proporcionar a imaginação ao leitor desperta toda sensualidade e floresce o erotismo proposto pelo texto externo e internamente. Podemos observar isso nos seguintes trechos:
“Cada um olha para trás, localiza com os olhos a mulher que ele deseja e roda silenciosamente mil pensamentos em seu coração.” (p.22)
“aproxime seu corpo o mais possível perto dela; felizmente, o tamanho dos lugares obriga as pessoas, queiram ou não, a se apertarem, e as disposições do lugar obrigam a bela a se deixar tocar.” (p.23)
“Se, como é comum, a poeira vier a cair sobre o peito da bela, que seus dedos a removam; se não houver poeira, remova do mesmo modo a que não existe.” (p.23)
“Seus olhos verão pernas que valem a pena.” (p.24)
“que sua pele seja bronzeada pelos exercícios no Campo de Marte; que sua toga caia bem e não tenha manchas.” (p.37)
“Então você poderá, com palavras ocultas,