RESENHA WHY WE FIGHT
A primeira impressão transmitida pelo documentário de 2005, dirigido por Eugene Jarecki, é a de uma desconstrução da ideia do discurso civilizatório dos Estados Unidos da América. Sob meu ponto de vista, o filme tende a bater de frente com os ideais imperialistas norte-americanos, evidenciando discursos que, em sua essência, objetivam convencer, não só o povo americano como o resto do mundo, de que os EUA podem, e devem ser, o país hegemônico civilizador.
A partir da análise das entrevistas dos cidadãos norte-americanos, a respeito da presença das Forças Armadas dos EUA no Iraque, é claramente possível observar a ilusão e a crença cega da população na “luta pela liberdade”. De fato, a ideia de Liberdade foi utilizada inúmeras vezes para se atingir os interesses do Tio Sam. Mas parece que a questão central, ao redor da qual o documentário se baseia, é exatamente nesses tais interesses. Quais seriam eles?
O presidente Eisenhower, em seu discurso de despedida, ao fim de seu mandato de oito anos, alertou a respeito do complexo bélico-industrial e da possibilidade, e risco, desse sair do controle. Os Estados Unidos possuíam um programa de política externa que pretendiam pôr em prática, no qual o verdadeiro objetivo era manter o mundo sob os braços “protetores” do Sam. O atentado às torres gêmeas do onze de setembro acabou como excelente pretexto para pôr tal programa em prática. Com a ideia de “vingança” pelo atentado, a opinião pública volta-se a favor da intervenção militar no Iraque. Assim, percebe-se a capacidade manipuladora, tanto da mídia norte-americana, quanto do governo propriamente dito. É constatado que os EUA investem absurdos em defesa bélica, de forma que ainda se mantém a doutrina quase que colonialista sobre os outros países.
Ainda na questão do convencimento ideológico, o documentário aborda a perspectiva de militares convocados e os voluntariados para o ataque a Saddam, que foram consumidos pelo