Resenha tornando-se usuário de maconha
No capítulo “Tornando se um usuário de maconha”, Becker, Sociólogo Norte-americano, inicia seu discurso refutando a validade de justificativas psicológicas restritivas e totalizantes que estereotipam dado consumidor de maconha.
Para ele, é “o comportamento desviante” que “acaba por produzir a motivação desviante.” (p.51). Sua tese é centrada na importância do grupo como referencial de identidade e fonte a partir do qual o usuário de maconha (exemplo de comportamento desviante) aprenderá como se defender e sustentar com firmeza sua própria “ideologia”.
Becker exemplifica que é através do aprendizado, por meio da interação com o grupo de pertencimento, que o recruta saberá como se chega ao “barato”, o que se deve dizer à polícia, como/por que ele deve repudiar as regras morais da convenção etc.
O autor assume que o ponto central de sua pesquisa consiste na compreensão da “sequência de mudanças na atitude e na experiência que leva ao uso de maconha por prazer.”(p. 62) É notável a explanação de Becker sobre o fato de, cientificamente falando, a maconha não gerar dependência química (tal como drogas como a morfina, cocaína ) Becker recusa-se a partir de teorias “psicológicas” rasteiras e adota um método de “indução analítica”, o qual requer que todos os casos colhidos nas entrevistas com músicos validem sua busca de argumentos para sua tese do uso da maconha por prazer. Como ele mesmo diz “Ao entrevistar usuários, focalizei na história da experiência da pessoa com a maconha, procurando mudanças importantes em sua atitude com relação a ela e no seu uso efetivo, e as razões dessa mudança.” (p. 55)
No subtópico “Aprender a técnica”, Becker esclarece que o “noviço” “será incapaz de entrar no barato” caso não conheça através de usuários mais experientes do grupo técnicas de uso como a desenvolvida por meio da
“dosagem suficiente