Resenha - teorias do lazer
Eduem, 2010.
Capítulo 1 - Dos clássicos aos contemporâneos: revendo e conhecendo importantes categorias referente às teorias do lazer
Alcyane Marinho, Giuliano Gomes de Assis Pimentel.
Lúdico: o princípio de tudo?
Huizinga (1971) e Caillois (1990) defendiam a ideia d e que o lúdico surgira antes da civilização, já que o ser humano não é o único animal que brinca. Caillois foi além e reforçou essa teoria, dizendo o jogo cria um mundo próprio. O lúdico começou a ser colocado em escolas como conteúdo de ensino . Sendo formadas desde crianças com essa ideia, acredita-se que o lúdico tenha, também, uma parcela criadora no cotidiano.
O lúdico é por muitas vezes confundido com o lazer, já que estão interligados não só pela atividade em si, mas também com a intenção de cada. Ambos teriam parte positiva e relevante na construção da vida social e individual. A existência de estudos empíricos pode, também, confundir outros aspectos como consumismo, alienação e hedonismo com o lúdico em sua essência.
Os autores consideram o lúdico “o ânima do prazer improdutivo“.
Ócio e recreação: continua a contradição
Derivando de scholé, o ócio era caracterizado como um estado de paz, onde havia o culto da mente e do corpo. Tempos depois, começou a entender-se por ócio a ação de viver em desapego ao imediatismo, onde se cultivava as virtudes.
Com a hegemonia do Império Romano, houve uma inversão de valores para o trabalho, que começou a representar dignidade. O ócio passou a ser compreendido com tempo para descanso físico e mental, se tornando o momento de recreação em massa e o descanso para os horários de trabalho. Segundo Munné (1980), após a
Reforma Protestante, a doutrina fazia com que os ho mens se dedicassem apenas ao trabalho, vetando-os dos prazeres pessoais. É onde se confunde o ócio e preguiça. O francês Paul Lafargue (2003) descreve sua ideia no livro “Direito a