Resenha Stuart Hall
O primeiro capítulo faz uma análise sobre os processos de mudança no conceito de identidade e de sujeito durante a modernidade. Para isso o autor apresenta três diferentes concepções de sujeito: o do Iluminismo, o sociológico e o pós-moderno.
Até o final do século XX tínhamos uma sociedade moderna, sólida com definições muito claras de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, traçados por esta mesma sociedade, fornecendo-nos igualmente sólidas localizações como indivíduo social. Após este período estas paisagens culturais começaram a se fragmentar e se modificar, e com isso o sujeito também se fragmenta, podendo assumir múltiplas identidades, abalando a ideia que temos de nós mesmos como sujeitos integrados. A essa perda de um “sentido de si mesmo” estável, o autor denomina deslocamento ou descentração do sujeito.
Tendo isto em mente Hall distingue os sujeitos da seguinte forma:
a) Sujeito do Iluminismo - a identidade é uma espécie de essência do próprio sujeito, seu centro. Seu centro de individuação o acompanha desde seu nascimento até sua morte, permanecendo inalterado;
b) Sujeito Sociológico - avança na ideia de sujeito do iluminismo ao trazer o complemento de que o sujeito e constituído também por suas relações sociais. Este sujeito é formado pela interação do “eu” com a sociedade, evidenciando-se a existência de pertencimento a grupos sociais. A centralidade agora está assentada no grupo a que ele pertence;
c) Sujeito pós-moderno – deixa de ser unificado e passa a ser formado por facetas de suas relações, se tornando incompleto e ambíguo. Sua identidade é formada e transformada continuamente, sendo portanto definida historicamente, em função de um contexto.
Definidos