Resenha Sonho Grande
Como toda boa biografia que se preze, o livro começa contando aspectos familiares de Lemann. Filho de um imigrante suíço, Lemann, assim como boa parte dos cariocas, gostava de praticar esportes – surfe e tênis eram suas principais paixões (tendo sido, inclusive, campeão brasileiro juvenil, e chegado a disputar dois Grand Slams como profissional, Roland Garros e Wimbledon).
Sua formação universitária se deu em Harvard, nos anos 50, onde concluiu o curso de economia em menos tempo do que o usual (porque achava tudo aquilo uma chatice, e só queria saber de terminar logo o curso para se ver livre dessa obrigação). Um dia, para acabar com o tédio na faculdade, resolveu fazer uma brincadeira: explodir fogos de artifício em plena praça central de Harvard (!!!), razão pela qual, quando chegou ao Rio para tirar umas férias, recebeu uma carta que recomendava sua ausência da universidade por um ano, para que amadurecesse. Só mais tarde compreendeu a importância de Harvard em sua vida.
Lemann começou sua trajetória profissional trabalhando no mercado de capitais, mas via com insatisfação como as corretoras da época (final dos anos 60/começo dos anos 70) trabalhavam, pois, mesmo quem trabalhava muito, tinha dificuldades para conseguir subir na rígida hierarquia que até então imperava (e que ainda impera em boa parte das empresas brasileiras).
Aos 31 anos de idade, Lemann resolveu sair de seu trabalho. Estava desempregado, mas com uma pequena fortuna em suas mãos (cerca de U$ 200 mil, uma bolada para a época), o que lhe permitiu implantar o modelo de gestão com o qual sonhava, em que a riqueza gerada deveria ser dividida com os melhores funcionários, uma prática inspirada no banco Goldman Sachs.
Meritocracia e controle de custos
Estavam criadas as bases do Banco Garantia, ao qual se juntaram, posteriormente, os outros dois sócios, Marcel Telles e Beto Sicupira, que revolucionaram o mercado de capitais da