Resenha sobre o texto “a criminalização da marginalidade e a marginalização da criminalidade”, de edmundo campos coelho
O texto em seu escorço trata de questão com total relevância para a sociedade mundial e, principalmente, a sociedade brasileira, a qual se diz “A Violência”. Violência esta que causa um clima de medo e pavor entre os cidadãos brasileiros, principalmente nos grandes centros urbanos. O autor relaciona a marginalidade, criminalidade, e também com a urbanidade, quebrando paradigmas e denegando a relação entre pobreza e crime, concepção esta que se encontra enraizada, como um estigma, o qual assimila e ratifica os criminosos como pessoas de classe econômica desfavorecida. Percebe-se que explicar a criminalidade pela chave da desigualdade, ou seja, pobreza + exclusão = crime, suscitava mais problemas do que explicava. Embora a maior parte dos delinquentes viesse das classes pobres, a maior parte dos indivíduos dessa classe não enveredavam pela criminalidade, portanto o problema não reside na pobreza, mas na criminalização dos pobres. No entanto não há como deixar de reconhecer relações entre a persistência, na sociedade brasileira, da concentração da riqueza, da concentração de precária qualidade de vida coletiva nos chamados bairros periféricos das grandes cidades e a explosão da violência fatal, o problema é de justiça social (desigualdade, e não pobreza). Fica claro que o fato gerador da criminalidade é a ausência de princípios morais e não a pobreza, embora acredite que no seio desta surjam condições propícias para um número maior de crimes que no de comunidades com as necessidades básicas satisfeitas. A ideia difundida de que a criminalidade tem a sua causa mais imediata na pobreza serve aos ricos como maneira de justificar e ratificar o poderio sobre quem detém menos capital. “Não é a pobreza em si que gera a criminalidade (pois, afinal de contas, as áreas rurais são mais pobres), mas a densidade da pobreza, ao permitir a elaboração de uma