Resenha sobre o texto "Os partidos políticos imperiais: Composição e ideologia" de José Murilo de Carvalho
Ao começar esse capítulo, o autor mostra as diferentes tendências historiográficas que tentam diferenciar os partidos políticos presentes no segundo reinado (e, de certa forma, também no período da regência), ao demonstrar, em primeiro lugar, a tendência que tem o discurso de que não há diferença em relação aos dois principais partidos – o Conservador e o Liberal – pois esses eram formados de pessoas que lutavam pelo interesse agrário. A segunda tendência apresentada pelo autor coloca que há diferenças sim entre os dois lados, sendo que os Conservadores lutavam por interesses rurais enquanto os Liberais, que eram formados por intelectuais e pessoas de outras classes, lutavam por interesse dessas mesmas classes. A terceira, que é parecida com o discurso da segunda, irá dizer que os Liberais eram formados pelas pessoas das classes dominantes urbanas enquanto os Conservadores eram o oposto, formados assim pelas classes dominantes rurais.
Com esse capítulo, porém, a proposta de Carvalho é desconstruir tais discursos e tendências historiográficas partindo de pesquisas mais profundas dentro de tais áreas, apresentando também dados estatísticos da época do segundo reinado para manter suas afirmativas, sendo assim, essa primeira parte do capítulo será para ser desmontada – ou mesmo, afirmada, certas vezes – pelo autor.
Com isso, ele irá dizer que a perspectiva de partido político só poderá ser considerada a partir do final do período regencial, pois com a criação do Regresso por Bernardo de Vasconcelos, depois Partido Conservador, se irá ter a luta por interesses que visam a centralização do poder pela mão do Imperador ou do governo, sendo que o lado oposto, que é o lado do Progresso, mais tarde Partido Liberal, terá assim o papel de lutar para a descentralização das leis, do poder, ou do governo. A