Resenha sobre o texto Da verossimilhança ao índice (capítulo 1 do livro O ato fotográfico, de Philippe Dubois), relacionada com a exposição Anos 50 – Identidades, apresentada na Casa Romário Martins.
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Resenha sobre o texto Da verossimilhança ao índice (capítulo 1 do livro O ato fotográfico, de Philippe Dubois), relacionada com a exposição Anos 50 – Identidades, apresentada na Casa Romário Martins. Desde sua concepção, na primeira metade do século XIX, a fotografia tem sido objeto de diversos discursos e debates entre críticos e teóricos. São reflexões que levantam importantes questões acerca do efetivo alcance da imagem fotográfica enquanto instrumento de representação de determinado referente.
Em Da verossimilhança ao índice, Philippe Dubois propõe uma breve retrospectiva histórica das principais linhas de pensamento que discutem a fotografia como meio de registro e significação do mundo. Nesse percurso, o autor estabelece três momentos distintos, utilizando-se das classificações de signos propostas por Charles Sanders Peirce.
O primeiro desses momentos seria imediatamente subsequente ao advento da própria fotografia, ou seja, o século XIX. Nesse período, a fotografia foi concebida como “espelho do real”, como cópia ou reprodução fiel da realidade. A “realidade” presente na imagem fotográfica era então absoluta e incontestável. A verossimilhança, nesse sentido, era o que a diferenciava da arte (a pintura, de modo especial).
Em um segundo momento, já no início século XX, prevaleceu a ideia de que a realidade expressa na fotografia era fruto de uma convergência de convenções e códigos técnicos, estéticos, culturais e sociológicos. Assim, através da desconstrução semiótica e ideológica desses códigos, uma “verdade interior” seria revelada, em contraposição à “verdade empírica” observada no século anterior. Nesse sentido, a fotografia era vista como uma “transformação do real”.
O terceiro momento viria para reaproximar a fotografia de seu respectivo referente e, ao mesmo tempo, distanciá-la do “ilusionismo mimético” que marcou seus primeiros anos de existência. A partir de então, a fotografia passaria a ser percebida como mero “traço de um real”. Assim, o