Resenha sobre o livro "O Espaço Urbano", de Roberto Lobato Corrêa
Por Claudia P. Vasques, set/2014
Neste livro, o autor Roberto Lobato procura definir o conceito de espaço urbano através da análise dos fatores que, em conjunto, constituem as áreas urbanas e sua dinâmica. Abordando os processos e as formas espaciais que identificam e setorizam as urbes, visa esclarecer os papéis dos agentes sociais que são causa e efeito das constantes modificações dos modos e dos meios de vida das grandes cidades capitalistas, com o objetivo de propor temas de pesquisa sobre o espaço das cidades brasileiras para uma melhor compreensão da mesma. No capítulo 2 - O que é o espaço urbano? - o autor parte da premissa de que, à primeira vista, o espaço de uma grande cidade capitalista é constituída pelo conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si, cuja organização fragmenta e articula o mesmo, refletindo a própria sociedade, a qual, por meio de processos sociais contínuos através dos tempos, acaba por defini-lo como desigual e mutável, condicionante social, cenário e objeto das lutas sociais, materializando-se funcionalmente através das formas espaciais que simbolizam a história da cidade. No capítulo 3 - Quem produz o espaço urbano? - define e caracteriza os agentes sociais, responsáveis pelo constante processo de reorganização espacial, o qual deriva "da dinâmica de acumulação de capital, das necessidades mutáveis de reprodução das relações de produção, e dos conflitos de classe que dela emergem". (pág. 10). Identifica os agentes sociais como sendo: a) os proprietários dos meios de produção; b) os proprietários fundiários; c) os promotores imobiliários; d) o Estado; e e) os grupos sociais excluídos. A partir daí, analisa as estratégias e ações dos mesmos no que diz respeito ao fazer e desfazer a cidade, considerando os marcos jurídicos que regulam suas ações, os interesses comuns existentes apesar dos conflitos de interesses, e a variabilidade estratégica