Resenha sobre o livro A Língua de Eulália, de MARCOS BAGNO.
BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália: novela Sócio-linguística. 16ª ed. São Paulo: Contexto, 2008, pp. 17-41.
O texto de Marcos Bagno aborda a língua como uma extensa variedade. Explicitando que a linguagem não só provém de uma estrutura rígida, mas de certa forma, flexível. Exibe a comparação entre o português de origem – o de Portugal – e o nosso português usual e atual, onde não só há diferenças em estrutura linguística, mas também em significado, pronúncia, etc. É falado também sobre as diferenças linguísticas regionais que existem no país: sotaques, verbetes, palavras típicas – que mudam seu significado de região para região ou, simplesmente, existem de outra forma. O autor aborda, além das diferenças geográficas linguísticas, a nossa realidade de que gênero, classe social e grau de instrução influenciam bastante no modo de falar das pessoas. Como se cada um de nós tivéssemos uma variedade única da língua, mas que não impede que nos comuniquemos, já que se trata de uma mesma língua, porém com infinitas variações. É transmitida a mudança da língua, falada e escrita, diante do tempo. Um exemplo que nos permite refletir sobre esta ideia de variação da linguagem, tendo em vista que se analisarmos escritos de séculos passados, não teremos muito êxito em sua compreensão. Observando-se que muitas, senão a maioria das palavras ou foram esquecidas no português antigo, ou foram “aprimoradas” para o português brasileiro, que utilizamos hoje. Pois tais escritos seculares têm uma forma totalmente voltada para o português de Portugal, onde tínhamos toda influencia colonizadora ao nosso redor e convívio. Entende-se pelo texto que o português não é uma língua, propriamente dita, mas sim um conjunto de variações onde todos se entendem e conseguem interagir, linguisticamente falando. O que, de fato, seria a língua portuguesa é a norma-padrão, que atua de forma mais estruturada, organizada. E olhando a