Resenha sobre o filme o encouraçado Potemkin
O filme “O encouraçado Potemkin”, do diretor russo S. M. Eisenstein (1896-1954), realizado no ano 1925, narra o drama real vivido pelos marinheiros do navio de guerra da armada imperial russa, o Couraçado Potemkin. Cansados das humilhações realizadas pelos seus superiores (como por exemplo o oferecimento de carne estragada para o alimento da tripulação) os marinheiros decidem rebelar-se para combater a situação vigente. Apesar do cunho extremamente político e social do filme - afinal, na época, as produções eram patrocinadas pelo Estado – a obra conseguiu revolucionar a história do cinema ao explorar a linguagem cinematográfica de modo inovador, valorizando elementos como a montagem e as tomadas. Além disso, o filme é muito rico no que tange à capacidade de se criticar através de metáforas. Um dos exemplos é a cena icônica do massacre na escadaria, que deixa evidente que a violência só gera mais violência, isso porque o Couraçado responde ao massacre destruindo o teatro de Odessa. Ainda, a cena em que uma mãe é atingida pelos fuzis da guarda imperial do Czar e deixa seu filho, em um carrinho de bebe, deslizar escada abaixo, pode ser interpretada como o desrespeito e indiferença do Czar à própria pátria/nação e aos seus filhos. Em suma, “O Encouraçado Potemkin” consegue ser uma pedra angular para a história do cinema por narrar uma revolução de modo revolucionário. Eisenstein prova, nessa produção, a importância que a montagem possui para a criação de um filme. E, de fato, esse é o seu ponto alto. Através da edição e dos planos recheados de significados, o diretor constrói uma narrativa que lega à humanidade uma obra-prima da sétima arte.