Resenha sobre o filme "E a vida continua"
Diante de uma doença procuramos ajuda dos médicos. Mas e se eles não tem uma resposta? Ainda pior, e se muitos adoecem e não se sabe como, por que, ou qual o tratamento? Esse foi o dilema vivido na década de 1970, quando os primeiros casos de AIDS – até então conhecida como “câncer gay” – começaram a surgir.
O tema é apresentado no filme E a vida continua, tendo como personagem principal Don Francis, um epidemiologista que começa sua jornada trabalhando no surto de Ebola, na África, e depois muda-se para São Francisco, objetivando encontrar respostas para a doença que estava acometendo homosexuais. Contudo, sua jornada não foi fácil. Ele teve que lidar não apenas com as pesquisas clínicas sobre a doença, mas também com os preconceitos, temores e questões éticas envolvidas.
Um de seus desafios foi a estrutura financeira precária, uma vez que todos os seus pedidos por um investimento maior na pesquisa sobre a AIDS foram negados por seus superiores. Muitas discussões foram geradas tendo em vista o dinheiro, principalmente depois da descoberta de que o vírus HIV não estava presente somente em homosexuais, mas havia acometido também hemofílicos e usuários de drogas. Isso porque Francis foi uma das pessoas a sugerir que deveriam ser retiradas de circulação as bolsas de sangue provenientes de possíveis doadores portadores do vírus, o que não agradou as instituições relacionadas, pois consideravam que estariam disperdiçando enorme quantidade de sangue e dinheiro.
Isso demonstra o quão gananciosa é a sociedade e o quão imersa no capitalismo ela está, uma vez que põe o lucro acima da saúde da poulação, um dos principais motivos para que a doença pudesse ter se espalhado tanto. Outro ponto chocante apresentado no documentário é a situação anti ética envolvendo o Dr. Robert Gallo e os médicos do Intituto Pasteur, Dr. Luc Montagnier e Dra. Françoise Barré-Sinoussi. Gallo assumiu que ele foi o responsável por descobrir a existência