Resenha sobre o filme Ensaio sobre a cegueira
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Resenha sobre Ensaio sobre a cegueira O filme “Ensaio sobre a cegueira” é uma releitura da obra, de mesmo título, do autor José Saramago, na qual as pessoas são acometidas pelo mal da “cegueira branca”. É uma doença em que as pessoas, ao contrário da cegueira normal, enxergariam demais, como se tivessem sua visão obscurecida por uma luz muito intensa. Nas entrelinhas, podemos interpretar desse filme uma dificuldade que as pessoas têm em refletir sobre os saberes sociais. Por maior que seja o acesso à tecnologia e à informação, muitas vezes ocorre uma alienação da sociedade simplesmente pelo fato de os indivíduos não pararem para deliberar acerca desse fluxo de conhecimentos. Quando temos muito conhecimento, mas pouco sabemos usá-lo, é como se fôssemos ofuscados por tanta informação, o que nos causaria uma “cegueira” temporária. Essa alienação, quando geral, provoca um caos na comunidade, o que leva a atuação de líderes tiranos, de pessoas sem escrúpulos que acabam descobrindo um meio de tirar vantagem dos outros. É importante ressaltar a fragilidade dos valores sociais, os quais não são mais tão importantes quando não há quem possa ver o que se faz. Muitas pessoas, numa comunidade cega, se desprendem de princípios antes tão importantes e passam a viver de forma diferente do que consideram justo e até mesmo imoral. Essa cegueira só cessa quando o “eu” cede lugar ao “nós” e a convivência, antes sem pudores, volta a ser harmônica no grupo social ao qual as pessoas pertencem.
A perda da visão traz a tona a busca pela sobrevivência, mostrando o que o seres humanos são capazes de fazer uns com os outros, simplesmente por instinto de sobreviver em meio ao caos, que desorienta e afeta os princípios morais de todos.
Ao lançarmos um olhar ético e moral sobre as cenas expostas no filme, nos questionamos a validade dos valores que se encontram em conflitos e que talvez se converte em ações que salvam, mas que só um olhar mais próximo poderia fazer o julgamento do certo