Resenha sobre o documentário Blue Red
O documentário Olhos Azuis do diretor Bertram Verhaag, lançado em 1996, mostra a professora Jane Elliot em seu work shopping que separa algumas pessoas, por um atributo físico. Neste caso é a cor dos olhos, rotulando-os, e, desta forma fazendo que pessoas que, geralmente sem perceber, cometem discriminação sejam colocadas no lugar de quem sofre todos os dias a segregação. Ela separa algumas pessoas de olhos azuis para que eles possam sentir na pele o que as minorias sofrem, sejam eles negros, gays, portadores de deficiências. Basicamente, a proposta de Jane é fazer as pessoas sentirem e pensarem a respeito de seus preconceitos experimentando ser alvo deles durante um exercício. Parece uma ideia simples e todos quando se submetem ao exercício sabem do que se trata a proposta, mas é impressionante como as pessoas se transformam emocionalmente ao experimentá-lo. E é impressionante como Elliott consegue, com o exercício, deixar claro (aos participantes e a nós expectadores) os mecanismos sutis de dominação. No exercício a turma é dividida em olhos azuis e castanhos e um grupo é escolhido para ser 'superior' e outro para ser inferiorizado e o critério é exclusivamente a cor dos olhos (como no racismo é a cor da pele ou no sexismo, o gênero feminino ou na homofobia, a orientação sexual). Enfim, na atividade as pessoas se dão conta como o preconceito, a intolerância, a discriminação se sustentam basicamente em uma classificação de fatores externos, que elas não podem escolher. Portanto, a segregação racial assim como as outras formas de discriminação, sejam elas, sexual, homofóbica, religiosa, são atos persistentes na sociedade moderna. Neste sentido, o cotidiano social imprime um modelo ideológico de inferioridade racial, podemos notar isso com uma passagem do próprio documentário, onde, Elliot provoca perguntando “Algum branco gostaria de receber o mesmo tratamento dados aos cidadãos negros em nossa sociedade? Levante-se. (...) Ninguém se levantou