Resenha sobre o artigo de MINNER, Horace. O Ritual do Corpo entre os Nacirema
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Resenha sobre o artigo de MINNER, Horace. O Ritual do Corpo entre os Nacirema. In: “American Anthropologist”, vol. 58 (1956), pp. 503 - 507.Minner faz uma reflexão a respeito de um grupo norte-americano, a Sociedade Nacirema, essa pelo que o autor afirma, é uma sociedade que ainda não possui muitos estudos esclarecedores à seu respeito, mas desperta curiosidade devido seus costumes peculiares, esses que tem em foco a crença de que o corpo está sempre propício a debilidade e a doença, levando esses indivíduos a práticas e crenças mágicas que podem chegar a ser de grande violência. A sociedade Nacirema tem a economia de mercado bem desenvolvida, mas suas relações sociais estão muito voltadas à práticas de rituais, que absorvem grande parte do seu tempo, esses rituais se sustentam com um sistema que me lembra as “Dádivas” de Marcel Mauss, que eram as trocas que mantinham a sociedade viva, no caso dos Naciremas em troca dos elementos dos rituais e até mesmo deles em si, eram dados presentes. Analisando o discurso de Minner percebi a presença de um etnocentrismo, pois ele não busca apontar os significados desses costumes para os Naciremas, Minner não se coloca de maneira neutra com relação aos seus relatos, deixando transparecer um menosprezo pela cultura desses indivíduos. Fica evidente a posição etnocêntrica do autor, principalmente quando ele cita Malinowski em um discurso evolucionista, que exalta as sociedades mais “desenvolvidas” que conseguem perceber a irrelevância da magia, mas aponta que a utilização de magia permitiu o avanço do homem primitivo até maiores estágios de civilização. O que fica evidente, é que não se trata de um artigo que entende a Sociedade Nacirema como mais uma das possíveis formas de civilização, conceito este que atualmente é defendido pelos Antropólogos que perceberam que não existe uma escala de evolução e sim diferentes civilizações com suas particularidades em resposta a suas necessidades.