Resenha sobre a introdução e o primeiro capitulo do livro "A Invenção da Cultura" de Roy Wagner
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANDAS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA Aluna: Solana Irene
Resenha sobre a introdução e o primeiro capítulo do livro “A Invenção da Cultura”
Em “A Invenção da Cultura” (editora: COSACNAIFY), Roy Wagner desenvolve sua teoria sobre a invenção de significado e sobre a noção de cultura. Durante a introdução, o autor pretende expor a principal preocupação do livro: apresentar um ponto de vista diferente aos antropólogos. A introdução é um resumo geral e ambicioso do texto com diversas citações, o que pode desmotivar o leitor a prossegui com a leitura de Wagner. Porém, já no primeiro capitulo, é possível perceber que o escritor abrange temas interessantes de uma maneira muito explícita e de fácil compreensão.
Roy Wagner começa distinguindo os sentidos do termo “cultura”. Após alguns exemplos como: “cultura humana” em uma só cultura, ou “cultura africana” em uma cultura distante da nossa, percebemos que a antropologia simplifica o uso da palavra a fim facilitar seus estudos. Logo, começa o trabalho do antropólogo e sua relação com o objeto de estudo. O interessante para o antropólogo é compreender a relação da sua cultura (modo de vida já interiorizado por ele) e da outra cultura (modo de vida da sociedade que ele está estudando). Irá representar, assim, uma espécie de elo/ponte entre as duas culturas.
À medida que o antropólogo descreve essa segunda e estranha cultura, ele a “inventa”. Como nossos hábitos que passam despercebidos para nós enquanto cultura, mas no momento em que comparamos com outros hábitos, inventa-se uma cultura estrangeira, diferente da nossa e consequentemente a nossa e também a nossa. O próprio Wagner comenta sobre essa “visibilidade” da cultura. Porém, o antropólogo não deve ter consciência de estar inventando uma cultura. Esse processo ocorre, também, por causa do choque cultural, momento em que o antropólogo perde o seu eu em virtude de perder os suportes