Resenha sobre sonhos na psicanálise
Elie Cheniaux Professor adjunto, Faculdade de Ciências Médicas - (FCM-UERJ); Médico, Instituto de Psiquiatria - (IPUB-UFRJ); Doutor em Psiquiatria - (IPUB-UFRJ); Pós-doutor, Programa de Engenharia de Sistemas e Computação, Área Interdisciplinar de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - (COPPE-UFRJ); Membro associado e docente, Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro - (SPRJ). O presente artigo discute questões a respeito dos estudos psicanalíticos, bem como pesquisas neurociêntíficas sobre os sonhos. Utilizando-se de diversos autores o artigo apresenta os modelos da Psicanálise juntamente com os da Neurociência com o objetivo de comparar a visão destas teorias, identificando possíveis pontos de contato e promovendo um diálogo para avaliar a viabilidade e a utilidade de uma aproximação ou até mesmo de uma integração entre as duas no estudo da mente humana, pois embora muito distintas entre si, não devem ser vistas como antagônicas ou inconciliáveis, mas sim como complementares e mutuamente enriquecedoras. De inicio o autor apresenta a teoria freudiana sobre os sonhos, no qual afirma que a constituição do sonho é uma realização (disfarçada) de um desejo (reprimido), que possui um conteúdo manifesto, que é a experiência consciente durante o sono, e um conteúdo latente, considerado inconsciente, composto por três elementos: as impressões sensoriais noturna, os restos diurnos e as pulsões do id. Esses elementos do sonho latente tendem a fazer o indivíduo despertar. E, durante o sono, em função da completa cessação da atividade motora voluntária, a repressão está enfraquecida, o que aumenta a possibilidade de as pulsões terem acesso à consciência. Todavia o sonho atua como "o guardião do sono". Em função de uma solução de compromisso entre o id e o ego, que é a instância que exerce a repressão, é