Resenha sobre sociedade e consumo no mundo capitalista
MAUSS, Marcel. Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a noção do “eu”. In.: Sociologia e Antropologia, vol. 1, São Paulo, EPU/EDUSP, 1974. MARX, Karl. O fetichismo da mercadoria: o seu segredo. In.: O Capital: crítica da economia política. Livro Primeiro, vol. 1, São Paulo: Civilização brasileira, 1979, p. 79-93. BAUMAN, Zygmunt. Sociedade de consumidores. In.: Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. São Paulo: Zahar Editores, 2008, p. 70-148.
Os textos trazem em seu bojo, um enfoque comum. Os três autores holísticos discorrem acerca do advento do consumismo e a forma avassaladora com que esta chegada “destruiu” a credibilidade e a responsabilidade pelas escolhas dos indivíduos e para, além disso, as conseqüências destas escolhas que fogem as responsabilidades sociais. A exemplo disso podemos citar que na sociedade de consumo, a referência de “estilo”, “moderno” e “tendência”, estão intrinsecamente ligados a um alto valor de mercado. É o valor, na cultura consumista, que vem determinando o reconhecimento e a inclusão do indivíduo nesta sociedade de necessidades com prazo de validade. Marx (1979) corrobora esse pensamento ao apresentar-nos aquilo que chamou de “fetichismo da mercadoria”, ou seja, algo que exerce um poder fora do racional sobre o indivíduo: o “feitiço”. Segundo esta teoria, o valor do uso não esta na necessidade a qual se destina este ou aquele produto, mas a possibilidade de satisfação dos desejos refletidos a partir do significado do produto. Nesse sentido, observa-se que a propaganda exerce influências socialmente aceitas como verdade absoluta, na medida em que reflete, não as necessidades fins, mas o “status” que o produto vai condicionar a alguém. De modo que o objetivo é sempre a criação de desejos camuflados em
necessidades. “Esse fetichismo do mundo das mercadorias decorre conforme demonstra a análise precedente do caráter social próprio do trabalho que produz mercadorias” (Marx, 1979). É