Resenha sobre "recordando a infância do marketing brasileiro – um depoimento"

O professor e economista Raimar Richers é fonte fundamental na introdução do marketing no Brasil. Como fonte primária desse processo, no artigo Recordando a Infância do Marketing Brasileiro – um depoimento (RAE, São Paulo, v.34, n.3, p.26-40, Mai/Jun. 1994), ele narra suas experiências como assistente na criação da Escola de Administração de Empresas (EAESP/FGV) - uma parceria com a Michigan State University (MSU) - que trouxe os conhecimentos americanos e a primeira disciplina “marketing” ao Brasil. Também cita o conceito dos 4P’s, do americano Jerome McCarthy, e a sua criação sistêmica dos 4A’s.
O autor utilizou de sua sabedoria e experiência como professor para simplificar a progressão e integração do marketing na política e economia brasileira através de uma tabela auto explicativa. Nela, é possível entender com clareza as décadas e como suas tendências interferiram no advento do marketing no Brasil e a relação da ênfase mercadológica com o consumidor.
Até a década de 50, o mercado era dominado pela produção rural, onde tudo que era produzido, conseguia ser vendido pela necessidade. A escassez de produtos era resultado do período de guerra. E, após esse período, veio a onda de importados que eram vistos com maior credibildade do que os produtos nacionais, pela precariedade da produção brasileira. Nesta fase, o autor denomina o consumidor como “despretensioso”, ingênuo e passivo.
A partir da instalação de indústrias de base apoiadas pelo protecionismo brasileiro da década de 60, a produção nacional tedenciava a produzir mais do que a demanda. Os avanços tecnológicos ajudaram a impulsionar novos produtos e, com isso, surgiu a preocupação com o consumidor e o concorrente. O marketing estava dando seus primeiros passos em terras que viam a “venda” como sua principal premissa. Surgia o consumidor “ávido”, que buscava o status no consumismo desenfreado em busca de marcas.
Com a inflação, os consumidores tornaram-se cautelosos e desconfiados. Nota-se um