Resenha: SARAMAGO, José. O homem duplicado. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Departamento de Letras e Artes
Literatura Portuguesa II
Prof.º Idmar Boaventura
SARAMAGO, José. O homem duplicado. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
Rogério Rocha Borges1
O presente romance trata versa sobre Tertuliano Máximo Afonso, um professor de história que vive a tormenta por saber que há outro sujeito igual a ele. Sua história começa a partir do momento em que ele assiste a um filme oferecido pelo seu colega de trabalho, o professor de matemática. Depois de muito pensar, resolveu assistir ao filme; nele existia um personagem idêntico a ele. Tertuliano Máximo Afonso, mesmo não aconselhado pela sua razão, busca descobrir este ser que é seu espelho. O romance traz uma discussão acerca da identidade do indivíduo na contemporaneidade. Ao trazer este personagem que em primeira mão já não aceita o próprio nome, Saramago mostra de imediato que o protagonista, por não aceitar ser chamado pelo primeiro nome Tertuliano, vive um conflito pessoal. “Ao Máximo e ao Afonso, de aplicação mais corrente, ainda consegue admiti-los, dependendo, porém, da disposição de espírito em que se encontre.”p. 9. Percebe-se que o estado emocional do personagem vai determinar até mesmo a sua forma de se identificar. Esta condição de vida de Tertuliano Máximo Afonso é notada desde o seu isolamento até sua atitude diante dos seus dois relacionamentos; o casamento frustrado e seu namoro com Maria da Paz. O fato refere-se ao modo como o homem moderno vive hoje, isolado e em conflito com seu estado de vida. O mundo tornou-se pequeno diante da velocidade das comunicações, dos meios de transportes, mas o ser humano não está conseguindo acompanhar tantos avanços. A ele é cobrado a perfeição, o controle de tudo, como se o próprio fosse uma máquina. Nesse cenário, Tertuliano Máximo Afonso se vê intrigado com a descoberta de um sujeito que é seu espelho. Ele tenta justificar, em princípio, que a possibilidade de existir um sujeito