Resenha Rumo ao Catete
História do Teatro Brasileiro
Licenciatura em Teatro – 3º ano
Janaina Graboski
Resenha da Revista “Rumo ao Catete” de Luiz Iglesias e Freire Junior.
Rumo ao Catete é uma Revista escrita em 1937 que aborda questões políticas da época, como as eleições de 1938 e seus candidatos. Getúlio Vargas é retratado como um motorneiro de um bonde, que era um dos condutores de bondes. Getúlio aparece como quem não está disposto a seguir viagem, e impõe que só seguirá quando o bonde estiver lotado e este bonde acaba nunca alcançando seu destino. Esta ação carrega uma analogia ao trajeto de Getúlio Vargas à presidência. A Revista traz várias alegorias, como uma personagem que se chama ‘Opinião Pública’, outra que se chama ‘Presidência’ onde os candidatos Armando Sales e José Américo tentam conquista-la, a Pátria que aparece numa apoteose, entre outras. A Revista tem várias cenas curtas onde as histórias são iniciadas e terminadas. Porém a peça aborda, com essas cenas curtas, um mesmo tema. As apoteoses são bem nacionalistas e patriotas. A primeira, uma menina “Iza”, diz que se deve olhar pelo Brasil e não por um ou outro candidato, que se devem deixar as armas de lado e usar somente o voto como arma. A segunda, a mãe Pátria, diz que os estados devem ser unidos como irmãos, e a cada elemento da bandeira brasileira que surge em cena ela glorifica seu significado.
Não posso deixar de comparar o cenário retratado da época com o cenário do Brasil vigente. Esta peça pode não ser atemporal, porém se encaixa no quadro atual brasileiro. Talvez trocando alguns nomes políticos ela se faça útil para o país contemporâneo. É até engraçado encontrar coincidências nesta Revista com a história presente, pois vivemos algo parecido do que já vimos há 78 anos atrás.